segunda-feira, 24 de março de 2025

Conterrâneos de Torga, Aprendentes de Saramago e Saudosos de Eça

      Miguel Torga não imaginou, mas aconteceu - 21 visitantes transmontanos e conterrâneos do médico e poeta, afinal, Sabrosa é mesmo ali ao lado de Vila Flor, visitaram a Casa-Museu do escritor em Coimbra.

     A última sexta-feira de fevereiro brindou alunos e professores com um tímido sol e Inês, curadora e guia da visita, recebeu o grupo de braços abertos. Objetos pessoais e pertences do autor de “Sísifo” e “Contos da Montanha” desfilaram perante os alunos. Na biblioteca/escritório respirava-se serenidade, respeito e tranquilidade. O sommier bem pertinho da mesa de trabalho (não fosse o cansaço estragar tão preciosa redação de poemas e narrativas), sem esquecer a famosa “torga” – mais conhecida por urze - no jardim da habitação a fazer jus ao pseudónimo do escritor. 

     Mas o percurso de estudo estava só no início – na verdade, outros grandes do cenário literário português iriam ser contemplados: o grupo preparou-se para dois dias de aprendizagem literária itinerante – as toilettes e as malas teriam de “dar” para sexta e sábado. Mafra a oferecer a visita e a explicação do romance de José Saramago, Memorial do Convento, e Sintra a transparecer a preferência das personagens de “Os Maias” prenderam a atenção de todos.

     Chegados ao destino, o guia, Eduardo, explicou o porquê da construção do Convento e toda a magnificência de D. João V: o rei era extravagante, tinha piolhos, tinha luxos, tinha amantes – o que é que ele não tinha????

      Cada sala, quarto ou corredor, e são tantos com tantas riquezas expostas, suscitava a admiração dos presentes.

      Para terminar o dia, nada melhor que a paisagem da praia da Ericeira e a noite de descanso na Pousada que foi reconfortante. Sábado levou-nos à Quinta de Monserrate, em Sintra, a qual proporcionou ao grupo uma atividade plena de novos conhecimentos e o exercício físico com o qual ninguém contava em pleno contato com a Natureza. Bem dizia Eça de Queirós que “todo o mundo devia ter a religião daquelas árvores e o amor daquelas sombras”. Constatou-se também a verdade das afirmações queirosianas: “bons ares, só compreendia os de Sintra” e “Sintra não são pedras velhas, nem coisas góticas. Sintra é uma pouca de água, um bocado de musgo…Isto é um paraíso!...

     Já cansados, mas animados e contentes, cheios de lembranças e de novas aprendizagens, alunos e professores regressaram a Vila Flor - “Sintra ficava dormindo ao luar”. Dois dias passaram a correr, experienciaram-se novas situações e, quanto aos sabores, ainda agora se concluiu que, na verdade, as Queijadas de Sintra são excelentes …. pequeninas, mas “Caramba!”

 

Alunos do 12º A               








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